Postado por : Unknown 14 abril 2015

Título: A Batlha dos Mortos
Série: As Crônicas dos Mortos
Autor: Rodrigo de Oliveira
Páginas: 310
Editora: Faro Editorial
Resenha por: Priscila
Esse é o segundo livro da série "As Crônicas dos Mortos". Você pode ler a resenha do primeiro livro, "O Vale dos Mortos", aqui.

Já havia meses que o Planeta "Absinto/Hercólubos" tinha passado e o mundo mudado junto com ele. Bilhões de zumbis andavam sem destino, atraídos principalmente por ruídos de humanos sobreviventes. 

Porém, mesmo com toda a loucura que estava o mundo, o impossível e inimaginável aconteceu: um ex-presidiário Emmanuel invadiu um quartel e junto com seus comparsas, começou a usar as pessoas encontradas perdidas e desesperadas pela rua, ou que chegavam ali pela própria sorte, de escravas. 

Centenas delas realizavam trabalhos forçados: homens, crianças e mulheres e estas, ainda tinham uma “hora extra” no fim do dia, servindo de objeto sexual. Que aliás, não podiam recusar, pois eram ameaçadas sobre pena de morte, caso houvesse alguma resistência ou rebelião de suas partes. 

Isabel, que enganada, fora capturada na rua, chegou com esperanças no quartel, até saber onde infelizmente havia se metido. Sofrendo como todos os outros, decidira dar um jeito de escapar, para que assim, livre, pudesse reencontrar a sua irmã, que estava sozinha e longe dela. Mesmo com todo o horror sofrido por ela, Isabel conseguiu um aliado, que deixou seu sofrimento mais leve. Canino um ex-detento como Emmanuel, e declaradamente rival dele, havia conquistado o amor dela, o poupando de pelo menos o abuso mais humilhante que elas poderiam passar. 

Com a ajuda de Ivan e Estela, Isabel, tenta de todas as formas, salvar a irmã e o amado, nesse terrível Inferno na Terra.

Isabel engoliu em seco; nunca vira tantos zumbis reunidos antes. Eram tantos que, à medida que avançavam naquela marcha arrastada,derrubavam todo o capim e os arbustos que rodeavam a cerca naquele ponto; vinham como uma praga de gafanhotos destruindo uma gigantesca plantação.

A história dessa vez, gira em torno de Isabel e o quartel. Ivan e Estela, já instalados e bem no Condomínio Colinas, tem uma nova missão quase suicida: resgatar os sobreviventes que estavam sendo escravizados pelo psicopata Emmanuel. 
Isabel, apesar de no contexto da história só atrapalhar, é vista no inicio com bons olhos. Porém, a “indignação” dela para salvar os seus entes queridos, custe à vida que custar, me irritou profundamente. 
Para ela, não importava quem morresse, ela tinha que salvar “fulano” e “ciclano”. Esse egoísmo do personagem me fez largar o livro algumas vezes, de irritação. O que me fez voltar, foi o Ivan, "O Racional", e as escolhas que ele teria que fazer mesmo sendo muitas vezes bloqueado e enfrentado por Estela, “a Sentimental”, e o que resultaria dessas escolhas/decisões.
Ivan sempre vai pelo lado lógico, sem riscos demais, sem perdas demais. Já Estela é o tipo heroína, mãezona que quer salvar todos, e acaba matando muitos dos seus que já estão ao seu lado. Esse conflito dos dois líderes, me faz refletir em nós mesmos. Razão e coração, as decisões que precisam ser tomadas em nossas vidas, e que cada uma trás uma consequência diferente. 

A pressão, o medo, as perdas, e principalmente o egoísmo, realmente fizeram o livro ficar tenso, e apesar de eu não gostar muito de acompanhar o senso emocional dos personagens – que é o que rege essa história – eu continuei para ver no que iria dar. E gostei do resultado. Realmente mostrou o que pode acontecer quando a emoção é mais forte do que a razão. Até onde o ser humano é capaz de ir para salvar alguém que ama?
Ivan e Estela disparavam em todas as direções, matando tudo que se mexia. Ivan, com a metralhadora de cinqüenta milímetros era a força bruta. Estela era a precisão – ela derrubava criaturas a longa distância praticamente sem mirar. Estela apenas engatilhava a arma, apontava e atirava uma fração de segundo depois, e logo em seguida repetia a operação buscando um novo alvo. E todos caiam sem exceção.

O livro em si, é muito bom. O autor, Rodrigo de Oliveira, ao meu ver, tem sido muito cauteloso em descrever os cenários e as situações claramente, o que nos coloca ali na história como expectadores. E eu adoro isso. Contudo, esse livro, se mostrou completamente diferente do primeiro (que aliás, é fabuloso) da série. O primeiro é intenso e rápido, muitas coisas acontecem em pouco tempo. Já nesse, o livro se passa basicamente em um lugar só, no Quartel. No que ao meu ver, deixou o livro um pouco maçante. 

O livro é extenso, com suas trezentas páginas, mas não tem uma "história" grande para contar, são mais os acontecimentos descritos. Mas, o enredo é surpreendente, com flashbacks e situações inimagináveis em um contexto como aquele. 

O que eu gostei: O livro é realmente lindo. Tanto quanto o primeiro, com o título em auto relevo e as páginas grossas e também gostei da história, e espero que os próximos tenham um enredo tão bom quanto.
O que não gostei: Tive dificuldade para ler, porque como eu disse, o enredo se fixa em uma só situação. Mas isso aconteceu porque eu esperava outra coisa, uma narrativa intensa e diversificada como n’O Vale dos Mortos, mas isso não diminui minha ansiedade para o próximo volume da série.
  

Comentários
3 Comentários

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  1. Oi Priscila, tudo bom?
    Gostei muito da sua resenha, eu ainda não li nenhum livro da série, na verdade eu ainda não li nenhum livro no qual houvessem zumbis rsrsrsrs, que pena que a leitura chega meio que ser cansativa, quando já acostumamos com muita ação, e vários locais diferentes não é mesmo, espero ter a oportunidade de ler.
    Beijos *-*

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  2. Oi Priscila! eu posso dizer com toda certeza que fiquei apaixonada pela escrita do Rodrigo e também concordo com vc, em comparação ao primeiro livro esse livro é bem fraco e um pouco maçante. Mas assim como vc tbm espero ansiosamente o próximo da série *-*

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  3. Oiee.
    Não curto livros com zumbis, e todas essas coisas. Esse parece ser interessante, mas não faz parte dos meus gêneros preferidos. Gosto muito de tudo isso em filmes, mas em livros não consigo mergulhar na história, sei lá, não curto. Então vou deixar pra quem gosta.
    Bjokas!

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